Fatos esquecidos, sonhos perdidos.
domingo, janeiro 19, 2014
Isso me dói mais e mais a
cada dia que se passa, machuca a minha alma, queimam as minhas ideias e
diminuem minhas esperanças de crescer artisticamente... Sinto-me incapaz de
fazer e lutar por alguma coisa, pois vivenciei cenas maravilhosas, no qual estão
mortas hoje, mais do que as pessoas que interpretamos mas que ainda vivem apenas nas
minhas lembranças, nas nossas lembranças, aliás. Culpa minha? Pois é, também é
culpa minha sim, pois eu não fui forte o suficiente a ponto de manter e
defender essa causa.
Ah que saudade daquela
época, que faz tão pouco tempo que se passou, mas que parece tão distante. Eu
gostava das encenações, das músicas que fazíamos, dos personagens históricos,
que mesmo já depois de mortos, ressuscitaram nos palcos e os corações deles,
que não batem mais aqui na terra, bateram fortemente em forma de aplausos e
sorrisos, da minha parte foi de choro mesmo, choro esse que ninguém viu, choro
de felicidade e alegria por estar participando de espetáculo tão grandioso, interpretando
uma grande mulher.
Revolucionária eu? Lembro
que já me chamaram assim, acho que foram um de vocês que fizeram parte comigo
desse espetáculo quem falou esse absurdo! Se eu fosse mesmo uma “revolucionária”,
eu teria lutado por nós, teria nos mostrado o tamanho da nossa capacidade a
ponto de nenhum de nós pararmos de atuar, mesmo sem plateia, mesmo sem aplausos
(coisa que é impossível de não se ter, com as qualidades que cada um de nós
temos, né verdade?), eu nos convenceria de que somos bons sim, que vamos fazer
a diferença por Recife a fora e que assim iriamos ganhar o mundo, levando
esperanças, caridades, sorrisos, amor e fé de que o mundo ainda pode mudar, se
nós transmitíssemos o amor.
Faltou-nos o amor, o amor
pelo nosso próximo, e nos ficou o egoísmo, a ponto de não percebemos que esse
clube cheio de grandes estrelas parassem de brilhar para outras pessoas que
vivem na escuridão. Faltou-nos vontade e crença, pois a nossa preguiça falou,
falou não, gritou em nós a ponto de não crermos que somos realmente excelentes
naquilo que fazemos em cima dos palcos.
Eu acho que eu ainda não
desistir do Clube da Mudança. Eu vejo livros, peças e mais peças teatrais
cheias de músicas e poesias escritas com essa frase a cada final do espetáculo:
“E esse é o Clube da Mudança!”. Tenho saudades e sinto um dó danado, pois estamos
vazios, estamos vivendo como mais um jovem que trabalha e estuda para ter um
bom futuro e ser mais um adulto normal. Não somos assim, somos diferentes,
somos a mudança, somos aqueles que serão lembrados por gerações e gerações,
encorajando outros jovens a correrem atrás dos seus objetivos. Mas, quem vai
acreditar em nós, se nós mesmos não acreditamos nesse Clube? É dinheiro que nos falta
ou vontade? São os obstáculos ou pedras que nós somos os primeiros a colocarmos
em nossos caminhos? É a falta de oportunidade ou somos nós quem não nos
permitimos? Quantas perguntas para poucas respostas... Será que somos capazes
de responder com sinceridade ou vamos por mais uma vez deixarmos isso pra lá?
Bom, é uma pena. Mas é isso
aí, vamos nos escondermos e continuarmos a viver como “pessoas normais”. Adeus
amigos, sinto muito por essa falha nossa, sinto muito por essa falta de vontade
e sinto mais ainda de sermos tão hipócritas e idiotas a ponto de abaixarmos a
cabeça e apagarmos o nosso brilho.
MORRE
LO CLUBE DA MUDANÇA!
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